Capitã da Seleção Nacional, Vanessa Rodrigues pratica
voleibol desde os 8 anos e, aos 27, soma já no seu currículo diversos títulos a
nível nacional. Médica de profissão, a distribuidora, natural do Porto, passou
por vários clubes, entre eles Boavista FC, no qual fez a sua formação, GDC
Gueifães, CA Trofa, CD Ribeirense, Leixões SC e, mais recentemente, Porto Vólei.
Além-fronteiras, a atleta teve a oportunidade de
representar o Pindamonhangaba, em São Paulo, Brasil.
Na próxima época, envergará a camisola do Atlético
Voleibol Clube – Famalicão. Estivemos à conversa com Vanessa Rodrigues, que nos
contou o seu esforço em conciliar a paixão pelo voleibol com a sua profissão,
bem como as suas perspectivas para o futuro.
1 –
Como nasceu a sua paixão pelo voleibol?
Após quase 20 anos a jogar voleibol, lembro-me como se
tivesse sido ontem a primeira vez que entrei no velhinho pavilhão Acácio Lelo
do Boavista FC, foi muito marcante, acho que foi “amor à primeira vista”.
Gradualmente foi aumentando o meu interesse e gosto pela modalidade e aqui
estou eu, ainda hoje, a jogar por nesses pavilhões fora.
2-
Como consegue conciliar a sua profissão com o voleibol?
Torna-se cada vez mais difícil conciliar, sou sincera. Desde
que terminei a faculdade penso em deixar de jogar, no entanto a paixão tem
falado mais forte e tenho à minha volta pessoas que amam tanto o voleibol como
eu e fazem-me querer continuar a jogar.
3-
Visto já ter um vasto palmarés, já atingiu todos os seus objectivos no
voleibol? O que sente que faz falta ou ambiciona no voleibol?
A nível nacional, já conquistei tudo o que poderia
conquistar, é verdade, mas cada época que se inicia, começa tudo do zero, quero
ganhar tudo novamente.
Penso que no voleibol nacional falta uma maior aposta na seleção sénior feminina e mesmo por partes dos clubes uma maior aposta na participação nas competições europeias, ambiciono ainda poder conquistar algo nesse nível.
Penso que no voleibol nacional falta uma maior aposta na seleção sénior feminina e mesmo por partes dos clubes uma maior aposta na participação nas competições europeias, ambiciono ainda poder conquistar algo nesse nível.
4 –
Sente uma maior pressão por ser capitã?
Não sinto uma maior pressão, mas tenho consciência das
responsabilidades inerentes. Defendo a minha equipa com “unhas e dentes”,
respeitando cada uma das atletas mas também exigindo sempre o máximo.
5 –
Qual a grande diferença entre ser capitã de um clube e da Selecção Nacional?
Representar a seleção nacional é um orgulho para mim e
ter o privilégio de ser a capitã é uma honra indescritível. Não encontro grandes
diferenças, assumo o meu papel de igual forma.
6 –
Como foi a experiência no clube Pindamonhanga (SP – Brasil). A que se deveu
essa mudança?
A minha experiência no Brasil deveu-se a um convite para
representar a cidade de Pindamonhangaba nos chamados Jogos Regionais do estado
de São Paulo. Estava em período de férias aqui em Portugal e tinha na equipa
algumas jogadoras conhecidas. A integração foi fácil.
7 –
Quais foram as grandes diferenças sentidas em comparação com o voleibol
nacional?
Estes Jogos Regionais juntam atletas na sua maioria
brasileiras e há cidades que montam equipas tradicionalmente fortes. O nível
dos jogos foi intenso, encontrei jogadoras com muita qualidade.
9 –
Encara a próxima época como um novo desafio?
8 –
Como classificaria o momento do Voleibol feminino português?
Penso que o voleibol feminino português passou por um mau
bocado, mas agora está a dar sinais que pode voltar a crescer, mas depende de
todos os intervenientes, desde as atletas à Federação.
Cada época que começa é sempre um novo desafio. Após dois
anos consecutivos de sucesso na minha carreira desportiva irei integrar um novo
projeto muito aliciante, mas os objetivos são os mesmos.
10 –
Na sua opinião, qual o treinador que mais a fez crescer no voleibol?
É difícil dar destaque a um treinador só, todos deixaram
a sua “marca”. A ter que destacar algum, sem dúvida que foi o professor José
Machado que mais me fez crescer no voleibol. Foi-me buscar para a equipa sénior
aos 15 anos, acreditou e apostou em mim, e mais do que isso, fez-me acreditar
que era capaz de conquistar tudo o que já conquistei hoje e mais.
11 –
Como vê o futuro do voleibol feminino a nível nacional?
Tal como disse anteriormente, o futuro dependerá de todos
os intervenientes, do querer, da vontade, do espirito de sacrifício, de entrega
e de trabalho de todas as atletas, do trabalho sério e correto dos treinadores,
da aposta dos clubes e da responsabilidade da federação.
12 –
Numa palavra, como define o voleibol?
Se me permitirem prefiro utilizar uma expressão que me
tem acompanhado na minha carreira: “Voleibol: Não apenas o que faço mas o que
sou!”